terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cortesãos

Um desenho muito antigo, com aparo Rotring, daqueles que me parece que já não existem.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sleeping Beauty


Não há espaço para mais nada na minha barriga de bicho!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Gente comum

clica na imagem para uma visualização King Size de Luxe



As pessoas com quem me cruzo nas ruas parecem-me todas desinteressantes, vazias como buracos sem fundo. Olho para elas. Através delas. Sinto que não me vêem. Depois penso "estas pessoas imaginam-me um gajo perfeitamente desinteressante, vazio como um buraco sem fundo". E fica tudo bem.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Pai Natal

Pai Natal
(o homem do saco)

sábado, 20 de dezembro de 2008

New York Doll

New York Doll
colagem em Adobe Photoshop
Outubro de 2007
(primeiro post da MUMIA)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

2 desenhos e 1 pintura


Dois desenhos e uma pintura a partir da obra de Caravaggio que ilustra o tema (encontra-se com facilidade no Google e está associada ao artigo da Wikipédia do qual foi retirada a transcrição mais abaixo)



Isaac, Isaque ou Yitzhak (do hebraico יצחק, literalmente "ele vai rir") é um personagem da Bíblia Hebraica, era filho de Abraão com sua esposa Sara. Após seu nascimento, seu irmão bastardo Ismael foi enviado ao sul e a história do povo judeu segue então a linguagem do filho legítimo de Abraão.
Quando ainda pequeno, Isaac foi instrumento da maior prova de fé de Abraão, quando Deus ordenou que ele levasse Isaac ao alto de uma colina para sacrificá-lo. Ao ver que Abraão, resignado e com uma faca pronta para degolar o seu filho, Deus enviou um anjo a segurar sua mão, impedindo de matá-lo. (retirado da Wikipédia)

Esta história sempre me deixou intrigado. Abraão a subir ao monte para degolar a criança. Araão a descer o monte com a criança ao lado, ainda meio zaranza com as cabriolas caprichosas da vontade daquele Deus meio estrambótico que tão depressa lhe ordena a morte do filho como lhe ordena exactamente o contrário.




terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Recuperando desenhos a outros posts.1


As Louva-a-Deus
grafite sobre papel
1986
Lembro-me de ter feito este desenho. Foi na Sé de Viseu. Sempre gostei do interior das igrejas, principalmente quando estão vazias. Tinha de fazer uns trabalhos para a escola (ou não?) e andava com um bloco debaixo do braço. Lá estavam duas velhotas a rezar, voltadas para um dos altares laterais. Eu estava sentado no meio da "plateia" e fiz isso aí em cima. Uma delas parecia intrigada com alguma coisa que lhe estivesse a passar pela cabeça. A outra permanecia serena, como se apenas estivesse ali para guardar a alma da amiga. É estranho como, passados tantos anos, mantenho este tipo de recordação tão nítidamente. O Desenho tem este poder de gravar o papel e a memória.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mosca

Mosca
acrílico e tinta-da-China sobre papel
tamanho A3

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Cavaleiro e a Morte


O Cavaleiro e a Morte
tinta-da-China sobre papel
formato A3

sábado, 29 de novembro de 2008

Uma cadeira das 6


O trabalho da Ana Rebordão lá está. Discreto e desconcertante. Uma tela ladeada por duas projecções luminosas, tão luminosas que os corpos, amarelos e com movimentos quase imperceptíveis, não se distinguem à primeira vista. Depois de habituar o olhar ao ambiente luminoso daquele recanto da sala de exposições, o visitante tenta descodificar o que à vista se lhe oferece. Na tela (painel central) a pintura sobrepõe os dois corpos das laterais. Suave, discretamente, é necessário querer ver para que a imagem ganhe sentido.
A Ana está em Itália. Não participou no "colóquio" e os que aí se deslocaram ficaram na posse das mesmas dúvidas e perplexidades que aquele trabalho lhes provoca. Certamente.
Propor o "casamento" improvável entre duas formas de expressão artística que se empurram mutuamente no panorama da arte contemporânea não é uma via óbvia para iniciar e desenvolver um percurso artístico. Mas é uma ideia luminosa. Luminosa como as imagens projectadas. Luminosa como são as boas ideias, as premonições que nos levam a disparar em direcção a um futuro que, agora, se adivinha.
A ver. Atentamente.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ainda aquela cena das cadeiras e da mesa



Mais 7 fotos da inauguração da tal exposição. A sequência começa com os discursos de ocasião. Discursou aquele senhor das barbas que é vereador de qualquer coisa que não me vem agora à memória, dicursou a Ana Isabel Ribeiro que é directora da Casa da Cerca e responsável pelo espaço da Galeria e discursou o Luís Miranda que é um dos artistas e meu colega na escola onde dou aulas.
Na foto seguinte podemos ver o alegre grupo de artistas presentes. O David Castanheira, a Sara Bichão, o Luís Miranda, eu próprio e o João Gaspar com uma das paredes da Sara em fundo.
Mais abaixo está o David a explicar qualquer coisa à Teresa Cameira que vai olhando as obras expostas através do rectângulozinho da máquina digital.
Segue-se o Zé Julião a observar atentamente um desenho do Miranda e o João Gaspar a enquadrar devidamente algum aspecto específico da sua obra naquele gesto rectangular dos dedos da mão.
Finalmente uma visitante sentada no chão fixa o olhar num dos 80 desenhos do meu painel. Acho que está a olhar para "O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor". Pois, é o título de um texto do Luiz Pacheco e foi o que me pareceu ter desenhado quando acabei aquele desenho que ali está.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

mais 6 cadeiras 1 mesa




3 fotos do dia da inauguração da exposição que veio modificar o panorama das Artes Plásticas no Planeta Terra. A primeira mostra alguns visitantes em frente à entrada da Galeria. A 2ª é uma panorâmica perspéctica do painel colectivo que está no andar superior (as obras estão expostas na cave ou "buraco", como prefiro designar o espaço de exposição. A 3ª foto mostra o meu boneco nesse painel. É um contraste entre um gajo aflito com a crise económica (a cabeça dele vai rebentar) e alguém que, ao passear o seu animal para o chichi vespertino, troca de personalidade com o bicho, escapando desse modo ás agruras da vida... humana.


sábado, 22 de novembro de 2008

Tríptico


Tríptico
Anunciação Natividade Descida da Cruz

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Babar

Babar nos Infernos
características habituais
1990 e picos

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Homem Fotogénico

Um Homem Fotogénico
tinta-da-China sobre papel
Tamanho A3
dois mil e picos

domingo, 9 de novembro de 2008

Um rei espanhol...

Um Rei espanhol com o seu Anão
Tinta-da-China sobre papel e marcador preto
2000 e uns trocos
tamanho A3

Maior que o Inferno (conversa para adormecer moscas mortas)


Nós próprios somos maiores que o Inferno que trazemos dentro do peito.
Somos menores que o Paraíso que esquecemos que poderíamos criar se não fõssemos mais depressa demónios do que coisas parecidas com anjinhos barrocos.
Temos vergonha de ser belos?
Porque insistimos na visão perversa do mundo que nos rodeia.
Rimos com a dor alheia e apenas sorrimos perante imagens de felicidade.
Isto está errado ou é, apenas, assim mesmo?
Hoje vou deixar as coisas como não estão e procurar debaixo da cama aquele monstro que ontem perdi entre o adormecer e o dormir, aquele monstro com bico de pato que me queria devorar porque não lhe ofereci o cigarro que me pediu quando nos encontrámos no meu sonho.
Eu sei que esta conversa não faz sentido.
Aparentemente.
Mas o sentido das coisas é uma convenção, um pretexto para deixarmos que a realidade se pareça com alguma coisa comum a todos nós, os demónios que habitam oinferno que trazemos dentro do peito.
Bom Domingo.

Ora vai lá ver...

Encontrei esta sugestão http://itmakesmegiggle.ytmnd.com/ aqui, no Pandora Complexa. A sugestão foi deixada por alguém que se auto-intitula "Merdinhas" e mantém colaboraçãpo com vários blogues como, por exemplo, este "Do Segredo Das Artes".
Resumindo, vai lá espreitar o lugar que encontras clicando na 1ª hiperligação deste post. Vai lá, anda, não tenhas preguiça...

domingo, 19 de outubro de 2008

Esburacados

Os textos e as imagens que se seguem foram enviadas por João Gaspar para o catálogo da exposição "Seis Cadeiras e uma Mesa". São assim:


João Gaspar, nascido em 1981, desde muito novo nutre um certo fascínio pela imagem fixa, e pelas matérias físicas que permitem a sua realização, devendo-se possivelmente ao contacto que desde muito cedo teve com estes objectos.
Com aproximadamente doze anos de escola e entre leituras, viagens, exposições, encontros, conversas, tédio, comida, dormidas e noites mal dormidas, eis que se desenvolve um amor, uma mania e uma doença que se dá pelo nome de Arte.
Ingressa na faculdade de Belas-artes da Universidade de Lisboa onde adquire a licenciatura em Artes Plásticas/Pintura.
Desde esta altura e em parceria com alguns artistas participou em diversas exposições realizadas na cidade de Almada. Paralelamente, desenvolve uma colaboração com a galeria Arte Periférica onde já realizou duas exposições até à data.

Série: Esburacados

Um buraco pode-se definir como sendo uma falta física, é algo que se caracteriza através do que não é. Procurar a materialidade deste conceito é encontrar uma ausência.
Um Buraco é uma espécie de vazio material, mas nessa aparente falta dá-nos a ver algo que de outro modo não se veria e que apenas nos surge mediante essa ausência.
Deste modo é uma falta de matéria e um preenchimento com as expectativas que abre, simultaneamente é uma falta de algo e uma abertura para um outro algo. Ao mesmo tempo que retira, coloca. A abertura, ou o acesso a este lugar de possibilidades – o lugar do outro - é nos dado paradoxalmente pela supressão, isto é através da constatação de uma falta.
A ideia de buraco aparece-me como um paradigma da própria representação, sendo que re-apresentar é tornar presente na mente de quem vê, por algum meio, algo que não está presente, mas sim ausente.

Estas peças foram concebidas em diferentes alturas, mas a decisão de reuni-las num só conjunto expositivo deve-se ao facto de estas – umas de um modo mais explícito que outras – girarem em torno de uma mesma temática: os buracos.
O modo de abordar e explorar este conceito diverge, sendo que há peças, onde aparecem representados objectos, que por si só contêm uma identidade esburacada, isto é, os orifícios fazem parte da definição destes corpos, noutras surgem objectos esburacados, mutilados, numa espécie de perda de identidade. A profundidade também difere, suscitando diferentes emoções e interpretações. Se por um lado pode haver um vazio angustiante de um interior de uma carapaça de caranguejo por outro uma misteriosa sensação pode ser convocada por uma toca profunda.
Série: Esburacados
Óleo sobre tela
100x100cm
2004
Série: Esburacados
Óleo sobre tela
70x50cm
2004
Série: Esburacados
Óleo sobre tela
40x30cm
2004
Série: Esburacados
Pastel de óleo sobre papel
32,5x25cm
2006
Série: Esburacados
Acrílico sobre tela
100x80cm
2007

Série: Esburacados
Colagem de papel e acrílico sobre tela
70x60cm
2007

terça-feira, 14 de outubro de 2008

David Castanheira em "6 cadeiras..."

Trabalhos de David Castanheira para "6 cadeiras e 1 mesa".




Iluminismo Popular


“Pela Boca Morre o Peixe”


técnica mista (acrílico, grafite e colagens) sobre mdf, 60x30cm



“Disse-me um Passarinho”


técnica mista (acrílico, grafite e colagens) sobre mdf, 60x30cm





“Mais Vale um Pássaro na Mão que Dois a Voarem”


técnica mista (acrílico, grafite e colagens) sobre mdf, 60x30cm







“Concílio da Páscoa/ Burocracias”



técnica mista (acrílico e grafite) sobre papel, 118,8x84,1cm


“Então e os Ovos?”

técnica mista (acrílico e grafite) sobre papel, 240x92cm



“Snapshot”


“FLASH!”
técnica mista (acrílico e grafite) sobre papel, 118,8x84,1cm

“Knock”

técnica mista (acrílico, grafite e impressão) sobre papel, 125x86,5cm



“Out”

técnica mista (acrílico, grafite e impressão) sobre papel, 125x92cm

domingo, 12 de outubro de 2008

Cadáver Aflito (painel)





Dezenas de desenhos de tamanho A3 organizados em painel de dimensão variável.
Cada desenho é um átomo do corpo global que constitui o painel.
A forma como os átomos se conjugam e organizam é sempre diferente.
Assim, o corpo resultante dessa organização possuirá características próprias e diferentes das que teve da última vez.
Cada nova exposição, cada novo painel, terá um aspecto semelhante ao anterior mas obrigatoriamente diferente.
Trata-se de uma regeneração (ou degenerescência) do corpo anterior.
Com novos átomos que se misturam nos antigos.
E por aí fora, crescendo como um fungo, parasitando o espaço, oferecendo-se de novo e mais uma vez ao olhar eventual que irá completá-lo.
O observador irá ser infectado pelo painel através da mera observação.


Trabalho de Rui Silvares.



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Chute d'Organes (Tríptico)

O tríptico de Filipa Rebordão, a expor na "Seis Cadeiras e Uma Mesa", conjuga dois meios de expressão plástica que, aparentemente, travam uma batalha mortífera no campo da arte contemporânea. O painel central, executado na tradicional técnica pictórica (com pincéis e tinta acrílica), coabita com dois loops em registo vídeo a servirem de painéis laterais.






CHUTE D’ORGANES
2008
painel central, acrílico sobre tela 119 x 246 cm
vídeos laterais, loop, dimensões variáveis
A SAGRAÇÃO DA CARNE
Ao gritar o suporte visceral nascido de imagens sacras, confiro ao silêncio espectral das imagens uma auto-suficiência sonora que ecoa internamente no Si. Liberto dum corpo cristão forças reprimidas bombeadas através de filtros pulsionais, até terem dimensão in-visível em mim, no meu ser-obra. Chute d’organes reflecte uma série de reflexões e novas visualidades a partir do painel seiscentista Martírio de São Sebastião, proveniente da oficina do pintor régio Gregório Lopes. No painel original, o Santo é o ideal e belo senhor do mundo, com total domínio das suas contradições internas, criado para prestar reverência e servir Deus como forma de salvar a alma. O seu espírito materializa o divino. Este idealismo e formalismo renascentista mesclado com frieza e falseado maneirista, permitem-me conferir-lhe uma nova concepção de corpo. Ao mártir, que sobre o pedestal exala os últimos sopros de vida com um sorriso humilde e resignado, confere-se um valor espiritual à dor física, porque a alma tem por vezes dó do corpo. Conferi o mesmo tipo de iluminação interior ao Santo que se descobre noutra condição e noutro lugar a todos oculto. Trata-se de uma ténue passagem revelada pela in-carnada luz, acontecimento do Ser Nada. Crio um corpo desumanizado pela violência externa, corpo humilhado e passivo para exprimir o sagrado, numa lógica de sistema aberto onde existem trocas de matéria e energia entre o corpo e o exterior. Tomo ainda, à maneira cristã, o homem como criatura cujo único objectivo é a obtenção da salvação eterna através de uma lição de sacrifício e sofrimento. Concebo um corpo para a morte. Corpo sem órgãos, em pose, esperador, sedento de ser e de-vir a ser em si.
Filipa Rebordão

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sara Bichão


Sequência de imagens dos trabalhos de Sara Bichão para a exposição Seis Cadeiras e Uma Mesa. Paredes e portas em dimensão real. Superfícies saturadas de sinais. Reminiscências do nosso quotidiano. Mensagens codificadas ou puro caos?


parede n.1
1,04 x 1,78 x 0.16 m. Técnica mista.
Produção de parede: Cimento, esferovite, cola de esferovite.




porta n.1

2,26 x 0,76 x 0,04 m. Técnica mista.




porta n.3
(pormenor)
2,15 x 0,84 x 0,035 m. Técnica mista.