quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Espírito da Coisa - 2

Peacemakers
acrílico e tinta-da-China sobre papel
100X70cm
concluído em Junho de 2004
Pintura realizada nos espaços de aula da escola onde sou professor. Ao longo de alguns meses fui avançando na execução deste trabalho perante alguns dos meus alunos. Por vezes sentavam-se a observar o que eu fazia, trocando ideias e tentando compreender os motivos que me levavam a construir esta imagem.
Em termos iconográficos e iconológicos é bem mais simples que o Tríptico da Salvação. Os "Fazedores de Paz" usam as armas para debaterem as suas ideias. No centro da composição, a remeter para os frisos gregos na forma como alinha as personagens num primeiro plano fechado que apenas tem contraponto numa ruína arquitectónica ao fundo, há uma personagem com um funil na cabeça, símbolo do tolinho da aldeia em alguma pintura medieval (ver Bosch). Essa personagem segura na mão esquerda uma pomba (símbolo da paz) enquanto que, com a mão direita, aponta o céu, invocando a bondade divina. Tem um nariz desmesurado pois, mesmo que inadevertidamente, as suas palavras escondem demasiadas "inverdades".
Tem uma corrente que lhe prende o pescoço à mão de uma personagem inquietante, no canto esquerdo da composição. Essa personagem é o mentor do processo de paz. Veste um fraque e bebe uma bebida fina, num copo muito especial. A sua fisionomia não inspira mais confiança que a das restantes personagens.
No centro, em baixo, há uma outra pomba da paz, esta em mau estado, junto a um cão raivoso. Os inimigos, de ambos os lados, têm um aspecto demoníaco e parecem pouco interessados naquilo que o tolinho da aldeia (global) lhes propõe.

3 comentários:

Anónimo disse...

são os que fazem a paz...maltinha boa e calminha!!!
E vão até ao Porto de VIAGEM.

Impecável!

Silvares disse...

É, desta vez posso fazer uma exposição totalmente à minha maneira. Repleta de histórias mudas e cruzadas com acontecimentos impossíveis e estrambóticos, sem estar preocupado com o espaço que ocupo e possa etar a retirar a outros participantes ou de armar confusão estilística e narrativa com as obras de outros parceiros. Desta vez é tudo ao molho e fé em Deus porque sai tudo da mesma cabeça mesmo que, por vezes, possa parecer que não!
Confuso? Mais ou menos...

Anónimo disse...

podes explanar todo o ESPÍRITO do teu UNIVERSO(selvagem/silvestre)) muito especial e original,... muito só teu.